25/02/2008

Penny com fim à vista

O dólar não para de desvalorizar e os metais estão em constante subida de preço, devido ao aumento da procura das chamadas economias emergentes. Um dos mais curiosos resultados é que neste momento, com o aumento do preço do zinco, o famoso penny norte-americano custa mais caro a produzir do que o seu valor real em moeda. Ou seja, desde há um ano que vale a pena derreter a moeda e vender o seu metal. Isto está a gerar uma discussão nos E.U.A. sobre se valerá a pena manter o penny em circulação. Muitos economistas acreditam que os males de tirar o penny de circulação serão piores do que mantê-lo, visto poder gerar um crescimento da inflação por obrigar a arredondamentos às dezenas de cêntimos.
Seja como for, este é o menor dos problemas da economia americana, no momento.

23/02/2008

Praia de Ipanema, 1945, por Luciano Ferrez

Em exposição no Rio de Janeiro, no Centro Cultural do Banco do Brasil, fotografias tiradas por dois filhos e um neto de um dos mais conceituados fotógrafos brasileiros, Marc Ferrez. Em baixo, a Praia de Ipanema em 1945. A eterna beleza do Rio, enquanto o planeta vivia ainda arrepiado pela devastação da II Guerra Mundial.

20/02/2008

Lisboa, resto do Litoral e depois Interior

A minha última crónica:

Para não me cingir apenas ao que os olhos me transmitem como evidência, aqui vão as mais recentes estatísticas e conclusões do INE, relativas ao ano de 2005:“em 2005, apenas Lisboa superava a média europeia do PIB per capita, no caso da UE27 (em 6%), e praticamente a igualava, no que se refere à UE15. Seguiam-se a Região Autónoma da Madeira, o Algarve, o Alentejo, a Região Autónoma dos Açores, o Centro e o Norte, com PIB por habitante respectivamente 5%, 20%, 30%, 33%, 36% e 40% abaixo da média da UE27, apresentando o conjunto do país um valor 25% inferior a essa média.”

in Contas Regionais 2005 (Destaque, INE, 25/01/2008)

Petróleo fecha a 100 dólares em Nova Iorque

Aí está o Petróleo a fechar a sessão em Nova Iorque pela primeira vez nos 100 dólares, um rude golpe na economia mundial e, principalmente na economia norte-americana, cada vez mais nas mãos de Hugo Chávez e outros líderes mundiais afins. A questão de abandonar o Iraque também se complica. Já nem interessa se explodiu a refinaria X ou Y. Qualquer motivo serviria. Já há muito que se previam os 100 dólares/barril. O facto do FED baixar as taxas de juro que animou os mercados muito recentemente também tem este efeito (principalmente se o Banco europeu não as baixa simultâneamente). Quanto mais baixa o dólar face ao euro mais cresce o apetite dos investidores pelas matérias-primas como o petróleo. Que venha o álcool urgentemente. Pena que aqui em Portugal ainda não tenhamos álcool disponível nos postos de abastecimento como acontece no Brasil.

Schalke 1, Porto 0 - Regresso a Gelsenkirchen

Tudo muito bonito, o regresso do Porto ao palco onde foi campeão da Europa pela última vez mas o Schalke não entrou no jogo para brincadeiras nem com ideias de ser bom anfitrião. Entrou muito a sério enquanto o Porto ainda estava em ritmo de Liga Nacional. O resultado foi o golo madrugador que ditou o jogo. Quando o Porto acordou, na segunda parte, já foi tarde demais. Na segunda mão o porto tem de mostrar o que vale e jogar a sério desde o primeiro segundo.

13/02/2008

Série de notícias positivas para a economia brasileira

Emprego industrial tem maior alta desde 2001
Contingente de trabalhadores no setor teve crescimento acumulado de 2,2% em 2007.

Lucro do Itaú em 9 meses supera lucro anual de qualquer banco
Segundo levantamento da consultoria Economática, o lucro do Itaú em nove meses de 2007, de R$ 6,444 bilhões, já supera o lucro anual (em 12 meses) de qualquer banco brasileiro de capital aberto nos últimos 20 anos.

IPCA é ótima notícia apesar de sair do centro da meta
Hoje a repercussão no mercado aqui no Brasil será em torno do IPCA, que acaba de ser divulgado e ficou em 0,54% em janeiro. A inflação oficial ficou abaixo da expectativa média do mercado, que era de 0,60%, e menor que a taxa de dezembro, que foi de 0,74%. É uma excelente notícia porque a alta em relação a janeiro de 2007 foi ligeira.

Foa Brasil!

10/02/2008

Google vs Microsoft vs Yahoo!

A Microsoft não está para brincadeiras e vendo-se irremediavelmente atirada para trás no mercado dos motores de pesquisa e da publicidade na internet, aitrou-se à Yahoo!, actualmente num período de sofrimento ou, muitos dirão, no período perto do seu fim.
Seja como for Jerry Yang não se dá por vencido e ainda terá algumas cartas na manga antes de entregar a menina dos seus olhos à gigante do Windows. Em cima da mesa está ainda a possibilidade da Google gerir a publicidade da Yahoo!, mantendo-se a empresa de Jerry Yang com a grande maioria dos lucros correspondentes a essa publicidade. Isto aumentaria os lucros e o cash flow da Yahoo! nos próximos tempos, não sem evitar outros contras como entregar o monopólio da publicidade na internet à Google. Mas será que ainda há meio de convencer os famintos accionistas da Yahoo! a deixar passar esta oportunidade de ouro para capitalizar com a oferta da Microsoft? Com certeza não estarão dispostos a perder dinheiro. É por isso que no mercado de apostas a hipótese mais provável é a Microsoft comprar a Yahoo!, numa segunda oferta (normal nestas coisas), já que conforme o Wall Street Journal a Yahoo! se prepara para declinar a actual oferta da Microsoft. Os accionistas da Yahoo! esperam que a Microsoft, desesperada, suba a parada mas a empresa de Redmond pode tentar negociar directamente com os accionistas, um por um, numa manobra ainda mais agrressiva. Seja como for, vários analistas apontam que a Google deverá sair vencedora de tudo isto (independentemente do desfecho) e a Microsoft perdedora. O processo de fusão da Yahoo! com a Microsoft deverá ser tudo menos rápido em caso de sucesso desta OPA, devido em grande parte a factores culturais das empresas e às burocracias a ultrapassar, nomeadamente em matéria de concorrência, e enquanto isso a Google pisará no acelerador.

Festa do Livro no Mercado Ferreira Borges no Porto

O conceito é simples: livros expostos ao longo de mesas compridas, como de banquete. A oportunidade para os potenciais leitores é ainda melhor: milhares de livros expostos que normalmente estão nas prateleiras das fnacs e bertrands do país porque nesses espaços o processo é continuamente antropofágico. Os últimos lançamentos comem os antigos (ou seja, lançam-nos para o anonimato das prateleiras) e aí, ou vemos um dado livro nas semanas subsequentes ao seu lançamento ou então só por referência em algum meio de comunicação é que nos voltaremos a deparar com ele. E se não o compramos enquanto ele ainda escapa às prateleiras, depois corremos o risco de o esquecermos para sempre. O Mercado Ferreira Borges faz atrasar o ritmo do tempo dos livros. Podemos ver vários livros, de vários temas, lançados nos últimos anos, com a vantagem de não haver livros em prateleiras - estão todos expostos com a bonita arte gráfica das capas à vista. As prateleiras, muito úteis para armazenar o máximo de livros possível, são óptimas para esconder os livros dos potenciais leitores. Chego a pensar num conceito novo de livraria: uma livraria sem prateleiras. Quem sabe alguém pega na ideia?

A feira estará aberta até ao próximo dia 24 de Fevereiro até às 20h.

07/02/2008

Vídeo do desfile da campeã do Carnaval do Rio 2008: Beija-Flor

Premier League Global

A ideia parece simplesmente excelente. Uma derradeira jornada de Premier League disputada nas maiores cidades da Austrália, Ásia e Estados Unidos a contar para o campeonato. Os adversários de cada jogo seriam definidos por sorteio e teríamos, por exemplo, em Melbourne Newcastle - Everton, em Shangai Arsenal - Fulham, em Nova Iorque Man Utd - Man City e por aí em diante. Isto poderá tornar-se realidade na época 2009/10.
Acho que os portugueses precisam de agir rápido e fazer qualquer coisa na nossa liga deste género. Por exemplo, a final da Taça de Portugal num país dos PALOPs. Acho que é o mínimo.
A Inglaterra vai muito à frente nestas matérias. E a liga espanhola esperará para ver o que isto dá e provavelmente seguirá o exemplo inglês - ou ficará para trás (porque ficar parado irremediavelmente acaba por ser ficar para trás nestas coisas).

06/02/2008

As declarações do bastonário

A minha habitual coluna quinzenal no Janeiro.

P1

Refiro-me ao impresso do Sistema Nacional de Saúde português. Porque é que é tão complicado obter um P1? Vai-se ao médico do hospital e recebe-se uma carta, vai-se ao médico da clínica onde fazemos o tratamento ao abrigo do SNS e recebe-se outra carta, ambas destinadas a um terceiro médico do Centro de Saúde mais próximo da nossa residência. Depois é necessária audiência com um terceiro médico do serviço de saúde que só atende de manhã. "Apareça de manhã cedo para ser atendido ou terei de lhe marcar consulta [para daqui a 2 ou 3 meses no mínimo]. Tudo isto por um impresso que devia poder ser passado por um único médico, ou seja, aquele que nos observa. Será que ainda ninguém no Ministério da Saúde se deu conta do ridículo desta saga dos P1s? Como diz o Bastonário da Ordem dos Advogados: "Vamos ser sérios!!"

01/02/2008

Casos de (In)Justiça: Caso Portucale - Um mau negócio para o Estado, esclarecido tarde e sem responsáveis

Seguem-se extractos do artigo do Público de Ricardo Garcia de Maio de 2005:

"A participação da Companhia das Lezírias no projecto da Portucale, do qual foi parceira no princípio dos anos 1990, foi um desastre. A empresa pública ficou sem a herdade da Vargem Fresca, em Benavente - uma propriedade de 509 hectares, bem localizada e com um montado em excelentes condições, que passou para as mãos do grupo Espírito Santo. Em troca, recebeu menos dinheiro do que investira no projecto e menos também do que valia a própria herdade."

"Um inquérito da Inspecção-Geral de Finanças (IGF) feito há seis anos concluiu que, apesar de os administradores da empresa não terem actuado "com a diligência de gestor criterioso no interesse da Companhia", não havia matéria para incriminar ninguém."

"O negócio beneficiou o grupo privado [grupo Espírito Santo], em detrimento da empresa pública. A herdade foi vendida por 292 mil contos (1,5 milhões de euros). O valor levava em conta apenas o rendimento agrícola da propriedade e a sua distância dos eixos rodoviários. Mas os terrenos "destinavam-se à implementação de um projecto com uma componente imobiliária acentuada", com "potenciais mais-valias", diz o relatório da IGF. Além disso, nessa altura, já se sabia que a nova ponte sobre o Tejo seria construída entre Sacavém e Montijo, valorizando ainda mais a herdade Vargem Fresca."

Aqui fica um pequeno contributo contra o esquecimento.
© Gonçalo Coelho