O conceito é simples: livros expostos ao longo de mesas compridas, como de banquete. A oportunidade para os potenciais leitores é ainda melhor: milhares de livros expostos que normalmente estão nas prateleiras das fnacs e bertrands do país porque nesses espaços o processo é continuamente antropofágico. Os últimos lançamentos comem os antigos (ou seja, lançam-nos para o anonimato das prateleiras) e aí, ou vemos um dado livro nas semanas subsequentes ao seu lançamento ou então só por referência em algum meio de comunicação é que nos voltaremos a deparar com ele. E se não o compramos enquanto ele ainda escapa às prateleiras, depois corremos o risco de o esquecermos para sempre. O Mercado Ferreira Borges faz atrasar o ritmo do tempo dos livros. Podemos ver vários livros, de vários temas, lançados nos últimos anos, com a vantagem de não haver livros em prateleiras - estão todos expostos com a bonita arte gráfica das capas à vista. As prateleiras, muito úteis para armazenar o máximo de livros possível, são óptimas para esconder os livros dos potenciais leitores. Chego a pensar num conceito novo de livraria: uma livraria sem prateleiras. Quem sabe alguém pega na ideia?
A feira estará aberta até ao próximo dia 24 de Fevereiro até às 20h.
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