29/09/2008

O pacotão do Tio Sam furou - pormenores da democracia americana

A criação de uma empresa pública que absorva os podres do sistema financeiro americano foi para já recusada no senado. E para bem dos americanos, que pelo menos para já sabem que não vão pagar os erros dos bancos que foram demasiado gananciosos.

Já a democracia americana ficou transformada num triste espectáculo e ficou bem patente como funciona. Cada senador votou, como lhe competia, sim ou não ao pacotão. No final do tempo estipulado, fez-se a contagem e, quando se esperava que tudo estivesse terminado, quando os votos estavam já todos contados, surgiu um período pós-voto inacreditável, que mais parecia digno de uma ditadura e que consiste em pressionar mentalmente os votantes da facção ganhadora a mudar o seu voto, com todo o tipo de argumentos que entenderem. Pelo que dizia o comentador da CBS, uma das estratégias era fazer ver aos democratas que votaram pelo não que estavam a votar contra a maioria do seu partido e em que situação arriscada se estavam a colocar dentro do seu próprio grupo político. Outra estratégia consistia em fazer ver aos partidários do não como podiam eles arriscar ser eles os culpados das enormes perdas de Wall Street que iriam ocorrer se o não vencesse. Grupos de partidários do sim, seleccionaram um senador que entenderam que houvesse votado no não e partiam com esta pressão mental inaceitável pós-voto para cima dele em bandos. Enfim, ficou-se a saber que depois do voto, na democracia americana, os votantes ficam à mercê dos ataques dos demais durante um tempo. Estranha forma de democracia onde as coisas não se ficam pelo voto. Já tinhamos visto que também não é necessariamente o candidato mais votado no país aquele que se torna presidente, agora sabemos do que ocorre no senado a seguir à contagem dos votos.

A Arte pela Escrita

É com prazer que tomo parte juntamente com um conjunto vasto de outros autores na Colectânea A Arte pela Escrita.

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São 37 autores, no total, oriundos do Minho ao Algarve, passando pelas regiões autónomas e pelo Brasil. Uma montra do que, em prosa e poesia, se vai fazendo em língua portuguesa.

O lançamento acontece no dia 4 de Outubro, pelas 14h30 no Clube Literário do Porto.

25/09/2008

Contornos de Guerra Fria

Se os americanos resolveram colocar mísseis na Polónia voltados para a Rússia (alegando ser uma atitude de defesa) agora chegou a oportunidade da Rússia contra-atacar através da Venezuela. E resta saber quanto tempo mais os americanos a braços com uma enorme crise, falando em planos de 700 biliões de dólares para recuperar a economia, como conseguirão eles continuar a manter as suas estruturas militares com a mesma abrangência que têm tido pelo mundo fora. O déficit americano não é poço sem fundo com certeza.

22/09/2008

O Pacotão do Tio Sam (2)

As perdas são nacionalizadas, os ganhos são privatizados. É o que se ouve com frequência sobre o que está a acontecer em Wall Street.

O que também se ouve é que o socialismo está a tomar conta dos E.U.A. com as crescentes nacionalizações e intervenções do Governo na economia americana. Será isto uma espécie de pequena vitória moral dos russos anos depois de se pensar que tinham perdido a guerra fria? Cá para mim, acho que nesta altura do campeonato não há ideologia nenhuma que resista, só uma vontade de salvar quem investiu mal e com demasiada ganância alegando que não o fazer é deixar cair o apocalipse sobre os americanos.

Enquanto isso o que mais parece estar a subir com o advento do "pacotão" é o petróleo, a subir 20%. Como as petrolíferas são sempre mais rápidas a subir do que a descer preços, não me admiraria nada ver ainda esta semana uma valente subida na gasolina e no gasóleo.

O Pacotão do Tio Sam

Os republicanos propõem o "pacotão" para salvar a economia americana que, segundo artigos recentes, pode ascender a 1 trilião de dólares. Tudo para comprar títulos podres com dinheiro do Tio Sam, ou seja, dos contribuintes americanos. É isso ou o apocalipse, dizem os republicanos. No pacote, para já, não há um tostão para o cidadão americano em sérias dificuldades embora os democratas demonstrem vontade de o fazer.

O interessante é que o líder desta proposta, o secretário do tesouro Henry Paulson, o equivalente ao Ministro das Finanças americano, com uma fortuna avaliada em torno de $700 milhões foi CEO do Goldman Sachs, um desses bancos de investimento que agora o Tio Sam irá ajudar, e de lá transitou para secretário do tesouro.

Tudo isto nas vésperas de eleições.

17/09/2008

Tributo a Richard Wright

A Richard Wright, teclista e membro fundador dos Pink Floyd, este vídeo em sua homenagem que encontrei no Youtube. Ao ouvir uma vez mais esta grande música veio-me isto à ideia: o homem tem tempo limitado nesta Terra mas a sua obra não.

Os preços dos combustíveis...abusos

As petrolíferas portuguesas andam a abusar. Todas as semanas têm uma razão, um trunfo qualquer na manga para evitar descer os preços dos combustíveis e, inclusivamente subi-los como acontece hoje.

Se calhar (e isto é um impressão meramente pessoal) estão a medir mal o poder que têm sobre os consumidores...é só uma impressão, mas estes abusos, como acontece frequentemente a quem abusa, podem acarretar consequências. Parece-me que a continarem as coisas assim, haverá greves. Hoje, por exemplo, desceram o gasóleo e subiram a gasolina. Será que foi porque os consumidores do gasóleo, são mais organizados do que os utilizadores da gasolina? Será que as manifestações e greves de transportadoras ou dos agricultores estão a produzir efeitos enquanto que o facto de não haver manifestações civis contra os preços das gasolinas, importa? Seja como fôr, a continuar assim, acho que lá virá o tempo das manifestações gerais contra os actuais preços impostos pelas petrolíferas.

12/09/2008

Insultos de Hugo Chávez

Já nos habituamos a ver Hugo Chavez insultar George Bush mas, agora, ultrapassou as marcas ao falar em "yanquis de mierda" e ao mandá-los "al carajo cien veces". Incita até a um certo nível à instauração de um potencial xenofobismo e a um disparatado confronto entre americanos e venezuelanos espalhados por esse mundo. O mínimo que se pede a um político é que saiba distinguir os povos dos seus governantes e que não os ponha todos no mesmo saco ao fazer declarações públicas. No caso, o mínimo que se pede ao Presidente Venezuelano é que saiba a diferença entre George Bush e cada um dos americanos.

Pergunta: será que os Estados Unidos vão continuar a comprar petróleo à Venezuela como têm feito? Isso vai mostrar ao mundo até que ponto os americanos estão desesperados pelo petróleo...

07/09/2008

Aqui fica uma dica de uma optima ferramenta que permite publicar mensagens no blogue (especialmente boa para quem tem mais de um blogue para gerir): w.bloggar.Aqui fica o site que consultei e que bem me informou: http://pontosapo.com/2007/12/01/publicar-um-blog-usando-ferramentas/
© Gonçalo Coelho