A criação de uma empresa pública que absorva os podres do sistema financeiro americano foi para já recusada no senado. E para bem dos americanos, que pelo menos para já sabem que não vão pagar os erros dos bancos que foram demasiado gananciosos.
Já a democracia americana ficou transformada num triste espectáculo e ficou bem patente como funciona. Cada senador votou, como lhe competia, sim ou não ao pacotão. No final do tempo estipulado, fez-se a contagem e, quando se esperava que tudo estivesse terminado, quando os votos estavam já todos contados, surgiu um período pós-voto inacreditável, que mais parecia digno de uma ditadura e que consiste em pressionar mentalmente os votantes da facção ganhadora a mudar o seu voto, com todo o tipo de argumentos que entenderem. Pelo que dizia o comentador da CBS, uma das estratégias era fazer ver aos democratas que votaram pelo não que estavam a votar contra a maioria do seu partido e em que situação arriscada se estavam a colocar dentro do seu próprio grupo político. Outra estratégia consistia em fazer ver aos partidários do não como podiam eles arriscar ser eles os culpados das enormes perdas de Wall Street que iriam ocorrer se o não vencesse. Grupos de partidários do sim, seleccionaram um senador que entenderam que houvesse votado no não e partiam com esta pressão mental inaceitável pós-voto para cima dele em bandos. Enfim, ficou-se a saber que depois do voto, na democracia americana, os votantes ficam à mercê dos ataques dos demais durante um tempo. Estranha forma de democracia onde as coisas não se ficam pelo voto. Já tinhamos visto que também não é necessariamente o candidato mais votado no país aquele que se torna presidente, agora sabemos do que ocorre no senado a seguir à contagem dos votos.
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