05/02/2006

Munich - Um filme 5 estrelas!



Este último filme fantástico de Steven Spielberg tem optima realização, optimos actores e actuações, optimo argumento, tem suspense, acção, romance, e acima de tudo é uma oportunidade para aprender e reflectir sobre um dos conflitos de maior impacto dos nossos tempos: o conflito entre Israel e a Palestina. Isto tudo tendo por base um acontecimento verídico, o que valoriza ainda mais o filme. O conflito parece interminável e ao mesmo tempo parece que ambos os lados têm razão assim como ambos os lados têm culpa por não o conseguirem sanar. Acima de tudo, a verdade inegável é que ambos os lados sofrem e isso fica bem patente neste filme. É através deste sofrimento que o realizador passa a ideia de que algo está errado na forma de pensar e de agir de ambos os lados que leva unicamente a uma contínua espiral de violência. A vingança dos acontecimentos nos Jogos Olímpicos de Munique não traz nada de bom nem para Israel nem para o grupo que leva a cabo os assassínios.

A razão principal para o conflito, essa é-nos dada através da voz dos personagens: a casa. É difícil viver sem ter uma casa, e ter uma casa custa sempre caro. De parte a parte parece que ambos têm simplesmente o desejo de ter casa própria, de ter um país próprio. No entanto, não deixa de ser um paradoxo que no final, Avner (Eric Bana), depois de se sacrificar e trabalhar tanto pelo seu país acaba por renunciar a viver no seu país, vivendo no exílio nos E.U.A., acabando assim eventualmente por criar uma distância entre si e entre aquilo porque luta: o seu país.

Não admira que este filme tenha tido baixos níveis de venda de bilhetes nos E.U.A., já que é sempre mais fácil e confortável ignorar as questões difíceis e o que nos propõe este filme é abordar uma das questões mais complexas da História Mundial. Mas aqueles que quiserem encarar a questão de frente não ficarão desiludidos quando deixarem a sala de cinema. Por outro lado, para os Europeus este filme terá certamente mais pontos de interesse já que a maior parte do filme é passada na Europa com filmagens belíssimas.

É de destacar as actuações de Eric Bana e de Geofrey Rush, nos papéis de Avner e Ephraim, embora o filme tenha muitos outros pontos de interesse com várias cenas de grande intensidade e beleza cinematográfica e artística, bem como outras excelentes actuações.

Finalmente, uma palavra para a excelente banda sonora que merece ser ouvida com atenção com músicas realmente divinas.

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© Gonçalo Coelho