26/07/2007
Crise áerea - as reformas do sector aéreo tardaram demais e prejudicaram o Brasil
Vai ser preciso muito mais do que simples mudança de ministros ou colocação das raias (que já deviam ter sido colocadas antes do trágico acidente do avião da TAM) na pista do aeroporto de Congonhas. Este apagão aéreo está a prejudicar a imagem do Brasil no estrangeiro o que por sua vez ataca logo em dois sectores chave para toda a economia: baixa o investimento estrangeiro no Brasil (o risco Brasil registou o maior nível desde Dezembro) e o número de turistas diminui (os EUA começam a alertar os turistas sobre o caos aéreo brasileiro, dizendo que 5 horas de atraso são comuns no país). Estes dois factores económicos são fulcrais para o crescimento do país e o Presidente, como timoneiro principal do Governo Brasileiro terá de assumir a incompetência da sua gestão em relação à gestão do tráfego aéreo brasileiro. O mensalão foi problema de corrupção, problema grave mas, para todos os efeitos, ficou por provar até que ponto o Presidente estaria envolvido ou não no esquema. Desta feita, é inegável que o Presidente como chefe supremo da equipe do Governo tem responsabilidades sérias no apagão aéreo ao não ter procedido a uma reforma séria, competente e planeada, de todo o tráfego aéreo brasileiro, ainda mais quando teve várias pistas que indiciavam a chegada de uma crise maior se não uma houvesse uma reforma global imediata. As pistas mais claras que não foram bem avaliadas pelo Executivo foram a recente crise dos controladores áereos e o acidente da Gol. A resposta do Governo a esses dois incidentes foi meramente de correcção pontual e deveria ter sido de reforma global do sector aéreo. Essa reforma (que ainda falta ver até que ponto será efectiva agora) chega tarde demais e isso prejudica muito o Brasil. Será provavelmente a maior pedra no sapato do Presidente Lula quando olhar para trás para os seus anos de Governo.
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