Excerto do livro "Por Quem os Sinos Dobram", Ernest Hemingway, final do cap. XXVI - Monólogo de Robert Jordan
"...E faço bem em amar Maria?"
"Sim, - respondeu a outra parte de si próprio."
"Mesmo que não exista a coisa a que chamam amor, numa sociedade de concepção puramente materialista?"
"E desde quando tens tu essa concepção? - perguntou a outra parte do seu eu. - "Nunca a tiveste e nunca a poderás ter - respondeu a si próprio. Marxista sincero não o és, e bem sabes disso. Acreditas em Liberdade, Igualdade e Fraternidade, acreditas na Vida, na Liberdade e na Procura da Felicidade. Não te enleies muito em dialécticas. Elas são para muitos, mas não são para ti. Deves conhecê-las para não teres um ar de ludibriado."
(...)
"E ainda mais. Não dês cabo da cabeça por causa do teu amor por qualquer. É que a maior parte das pessoas não tem a sorte de o ter. Tu nunca pensaste em amar ninguém. Nunca soubeste o que isso era, e agora sabes."
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