06/05/2007

O negocio da Quinta do Ambrósio - O valor do voto

Não adianta passar a vida a lamentar que os políticos são uns corruptos. Afinal de contas, quando eles vão a votos têm a maioria. Os votos são do povo e, se o povo vota a favor de alguém que suspeita que possa estar ligado a corrupção ou outros actos ilícitos, então está a construir um país onde a impunidade e a ausência de justiça não são encarados como nada de grave. Nesse contexto não nos podemos queixar se os criminosos fogem à Justiça porque através do nosso voto temos o poder de encorajar ou não a ilicitude. Se escolhemos não encorajar a corrupção então o voto não pode ir para quem suspeitamos fortemente de corrupção ou outros actos ilícitos.
Com casos como o negócio da Quinta do Ambrósio, como se pode, em consciência, voltar a votar no actual Presidente da Câmara de Gondomar sem sequer nos questionarmos? É dever de todo o cidadão que exerce o direito de voto procurar apurar através dos meios mais credíveis quais são os factos apurados em relação ao(s) receptor(es) do seu voto. É preciso passar a valorizar mais os votos em Portugal. Com o nosso voto construímos o país que queremos, para nós e para os nossos filhos, e o país onde a esperteza impera e vence, onde os pequenos actos de ilicitude são até bem vistos se não forem punidos (são vistos como esperteza) não é um país com futuro próspero. É o país que temos, no momento. Mas pode mudar através do voto dos portugueses.
Sei que muitos poderão dizer: "São todos iguais." Talvez mas só porque através do nosso voto os encorajamos a ser assim. Talvez valha a pena pensar nisso.

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© Gonçalo Coelho