13/05/2007

Mudam-se os tempos...mas a França não muda ainda.

Agora, sensivelmente uma semana depois das Eleições Presidenciais Francesas, verifica-se que apesar da derrota estrondosa da extrema direita a França ainda é um país à direita. Não do modo tradicional, ou seja, a maioria dos franceses não se apaixonaram subitamente pelo capitalismo, pelo liberalismo e pelo laissez-faire económico ou corporativo. A maioria dos franceses não são a favor de diminuir os direitos adquiridos dos trabalhadores, não passaram a ver com maus olhos o pesado modelo do Estado Social. Não é nada disso. A França quer continuar com a sua jornada de trabalho de 35 horas. Quer continuar o seu estilo de vida ao mesmo tempo idílico e insustentavel para o Estado Francês e para a sua saúde económica. A única razão porque se volta à direita é porque se convenceu que políticas austeras contra a imigração poderão devolver a riqueza aos franceses. Ou seja, esquerda sim mas com mão pesada e austera na política de imigração e no proteccionismo económico. Esta é a França dos nossos dias, à procura de uma nova esquerda. Todavia, como votar na extrema direita parece mal, (e é realmente sinal de desespero crónico) então os franceses votam à direita mas no candidato mais moderado.

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© Gonçalo Coelho