18/01/2006

China, EUA ou UE, quem está a consumir a maior fatia de recursos naturais do planeta?

Apesar de os E.U.A. consumirem, desde há muito, a maior fatia dos recursos mundiais, a situação está a mudar rapidamente já que a economia chinesa ultrapassou no consumo de um atrás de outro recurso.
Entre os cinco recursos básicos, comida, energia, e matérias-primas de grande consumo – grãos e carne, petróleo e carvão e aço – o consumo na China já eclipsou o consumo dos E.U.A. em todos excepto o petróleo.
No que diz respeito à União Europeia e a Portugal, os números dos estudos mais actuais da organização ambiental World Wildlife Fund (WWF) referem que a União Europeia (UE) gasta 17% dos recursos naturais mundiais, embora tenha apenas 7% da população. O mesmo estudo chegou a uma conclusão deveras inquietante: indica que o défice ambiental dos 25 países membros da União Europeia atingiu 220% da sua capacidade biológica, tornando os europeus absolutamente dependentes dos recursos do resto do mundo para sustentar o seu consumo.
O mesmo relatório analisa a chamada pegada ecológica dos europeus que compara o uso que se faz da natureza com a sua capacidade de regeneração, e conclui que esta é 2,2 vezes maior do que a sua capacidade biológica própria, um número que aumentou quase 70% desde 1961. Assim, para manter a actual taxa de consumo a Europa teria de ter, pelo menos, o dobro do seu espaço marítimo e terrestre.
A pegada ecológica mede o consumo de recursos em hectares para traduzir o que cada cidadão precisa para produzir a sua alimentação, os materiais para roupas, a produção de energia, absorver a poluição ou os resíduos que gera, nomeadamente. A pegada ecológica global era de 13,5 mil milhões de hectares globais em 2001, o que corresponde a 2,2 hectares globais por pessoa.
Portugal, com 5,2 hectares globais por pessoa apresentava um valor superior à média europeia (4,9), sendo o oitavo país com maior pegada ecológica a nível europeu. Outros países europeus como a Suécia, Finlândia, Estónia, Dinamarca, Irlanda e França usam três a quatro vezes mais do que a média mundial correspondente à capacidade biológica por pessoa.
A procura anual de recursos por parte da humanidade já excedeu a capacidade regenerativa da Terra em mais de 20% e continua a crescer, alerta o documento.
O director do gabinete europeu do WWF, Tony Long, salientou que «o crescimento económico à custa do esgotamento dos recursos naturais e da degradação ambiental, apenas muda o problema para outras partes do mundo».
Fontes: in Diário Digital, LUSA; Earth Policy Institute (http://www.earth-policy.org/); Sociedade Portuguesa de Energia Solar (http://www.spes.pt/)

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© Gonçalo Coelho