10/12/2005

Serão os Romanos os culpados da crise e da decadência europeia?

Estoicismo e Epicurismo são considerados os dois movimentos filosóficos mais importantes dos tempos da Civilização Romana. Será que após tantos séculos ainda existem reminiscências destes movimentos filosóficos nas actuais civilizações europeias? Concerteza que sim. Atentemos na actual crise que a Europa atravessa e encontraremos no Epicurismo e no Estoicismo iluminação para entender uma parte das causas e uma parte das razões pelas quais demoram os europeus tanto tempo para ultrapassar a crise.
Os Europeus são desde sempre na História do mundo, os mais ostentadores, os que mais procuram o conforto e os prazeres da vida. Os melhores vinhos, os melhores chocolates, os melhores alimentos, as melhores refeições, assim como as maiores benesses do sistema social para desempregados, reformados e outros. Preconizam, ou melhor, preconizavam até à chegada da crise, idade de reforma cada vez mais baixa, subsídios de desemprego mais chorudos, e cada vez menos horas de trabalho, aspecto no qual a França foi claramente longe de mais e teve de rever o seu precoce avanço. O problema é que o prazer não produz riqueza nem para as pessoas nem para as nações e assim não pode haver o tão procurado nos dias de hoje, o crescimento económico.
Mas se por um lado, é no Epicurismo que encontramos algumas das causas da crise europeia, é no Estoicismo que encontramos a dificuldade para ultrapassá-la. Pois então, não é o Estoicismo que nos leva à resignação e aceitação passiva das dificuldades e angústias da vida? Não é o Estoicismo que nos leva a ficar de braços cruzados e procurar simplesmente o melhor abrigo até que a tormenta passe e que aceitemos as feridas como parte incontornável da vida que só nos compete aceitar?
Serão os Romanos os culpados desta actual crise Europeia e do futuro sombrio que se prevê para as civilizações actualmente mais epicuristas e mais estoicistas? É óbvio que não. Os culpados são os que ainda cultivam estes movimentos filosóficos nos dias de hoje e se esquecem de aproveitar as tempestades para saberem que é tempo de mudar as suas mentes e as suas filosofias. Este malefício atinge principalmente os países mediterrânicos e o único que parece ter encontrado um nova forma de pensar e de viver parece ter sido o povo espanhol que saiu do abrigo e foi encarar a tempestade de frente até a vencer. Portugal, França e Itália esperam que a tormenta passe nos seus abrigos aguentando a crise com enorme estoicismo, do qual se diria, parecem até orgulhar-se. Mas será que a tormenta não vai deixar danos irreparáveis aos mais estoicistas??

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© Gonçalo Coelho