Uma leitura muito interessante. Que nem podemos nem devemos acreditar em tudo o que os economistas, os governos e a empresas nos lançam como previsões fundadas, isso acho que a maioria de nós já tinha essa noção (tanto mais que as crises nunca são previstas e estão longe de ser assim tão altamente improváveis). Que as incertezas frequentemente acontecem e saem erradas as previsões, seja as que fazemos para o nosso dia-a-dia, seja a previsão do défice ou do desemprego para daqui a um ano, seja do Governo, do INE ou da OCDE, isso também estamos a habituados a ver.
Em todo o caso, este livro vai para além da simples constatação da incerteza porque não só desafia brutalmente as previsões e as certezas gaussianas predominantes no mundo como, ao longo de trezentas páginas, nos convida a ver o mundo do ponto de vista de quem considera a incerteza um dado adquirido da realidade. Ainda que o altamente improvável possa levar milénios, séculos, décadas, anos ou dias a acontecer, eventualmente acontecerá e tomará de surpresa todos aqueles que persistem em não admitir que a incerteza é algo que não podemos contrariar e, por isso, algo a que nos devemos adaptar. Porque temos tanta tendência a escamotear a incerteza que impera nas nossas mentes e em todo o mundo que nos rodeia? Este livro é uma viagem que vale a pena fazer.
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