15/11/2007

SPA e APEL contestam a ratificação do Protocolo Modificativo do Acordo Ortográfico sem debate público e institucional

O circo da polémica está montado para uma longa discussão em torno da ratificação do Protocolo Modificativo do Acordo Ortográfico. A tendência, hoje em dia, é uniformizar tudo mas a longo prazo, a uniformização, na esmagadora maioria dos casos, só beneficia os grandes pois uniformiza-se geralmente para uma plataforma sempre mais próxima daquele(s) que tem maior poder de negociação que, neste caso, com 180 milhões de habitantes, será indubitavelmente o Brasil. Embore ame a língua brasileira como ela é, também amo a portuguesa, a angolana, a crioula, a moçambicana e todas as outras que emanaram do português de Portugal e a fizeram evoluir para vocábulos tropicais, quentes, africanos, sul-americanos, asiáticos, ilhéus, continentais, associados a diferentes músicas e ritmos, fruto da confluência de vários povos e entrando num mundo de palavras mágicas e maravilhosas onde o português de Portugal ou o português do Brasil, por si só, não poderiam nunca alcançar. Assim, porque não manter todo este património tal como ele é, assim cosmopolita, maravilhoso e deixá-lo continuar a sua evolução livre de novas amarras? Porquê uniformizar tudo num idioma uniforme, uníssono, desnudado da sua identidade própria do povo e do lugar onde nasceu quando é a sua imensa variedade que dá cor, vida e alma à língua portuguesa?
Acima, o mapa da lusofonia, tirado do Wikipedia.

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© Gonçalo Coelho