Miguel Sousa Tavares e José Rodrigues dos Santos lançam este mês de Outubro os seus mais recentes trabalhos, respectivamente, Rio das Flores (Oficina do Livro) e O Sétimo Selo (Gradiva). Ambos têm em comum o gosto pela teia do romance histórico, talvez devido às suas veias jornalísticas mas não só. Contudo José Rodrigues dos Santos, move-se depois para uma mescla de história, técnica, ciência e suspense enquanto Sousa Tavares se remete mais para o romanesco, para a nostalgia, para o amor à terra, para o político, para o sentimental e para a ligação da história com a pátria numa narrativa mais alongada e descritiva e com menos suspense e acção nos seus capítulos do que o pivô da RTP.
É assim que chegam Rio das Flores e O Sétimo Selo ao mercado editorial português com edições pouco vistas por cá (1ª Edição de 100,000 exemplares no caso de Rio das Flores) que se aliam a outros títulos fortes como Bala Santa de Luís Miguel Rocha, num ano em que também já tivemos o prazer de ver sair outros títulos fantásticos como As Mulheres do Meu Pai de José Eduardo Agualusa. Quem gosta de ler só pode ficar imensamente agradado com esta revolução no panorama literário portugês com tantos autores de qualidade que conseguem alargar significativamente o número e o tipo de leitores em Portugal e granjear imenso louvor também no estrangeiro. A literatura consegue, finalmente, penetrar de forma transversal, várias classes sociais, idades, religiões, ideias e preconceitos. É assim que se ganha o gosto pelos livros e, nesse capítulo, o nosso país parece estar a ganhar terreno.
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