26/08/2007

Lula rejeita terceiro mandato presidencial

Lula demarca-se, assim, de políticos como Fidel Castro ou Hugo Chávez, ao afirmar que nem com o povo na rua aceitaria um terceiro mandato. Indepentemente do que se possa apontar a Lula, ele mostrou que o Brasil tem uma alternativa de esquerda bem mais madura do que as alternativas de esquerda de Hugo Chávez ou Evo Morales, reforçando assim a estabilidade da democracia no Brasil. Recorde-se que quando se iniciou o primeiro mandato, de inúmeros quadrantes, havia vozes catastróficas que vaticinavam que o Governo de Lula iria ser um comunismo extremo e populista que minaria todas as estruturas democráticas e deitaria por terra toda a economia brasileira, nacionalizando empresas estrangeiras, impondo leis absurdas e acabando por expulsar o investimento estrangeiro com rigorosas políticas de extrema esquerda. Nada disso afinal se tornou realidade. Lula passará pelo poder, eleito pelo povo e dará lugar a outro governante eleito pelo povo. A democracia está sólida no Brasil. Obviamente seria ridículo dizer que não houve erros ou excessos no Governo Lula (o caso do mensalão está em julgamento, a crise aérea também não foi evitada a tempo, o crescimento económico poderia ser mais alto) mas o Governo Lula está longe de ser a catástrofe que se lhe vaticinava antes do início do seu primeiro mandato e, tal como tem erros e excessos, a história e as estatísticas demonstrarão que também teve inúmeras virtudes, principalmente para as classes mais pobres mas não só, os juros baixaram como nunca antes, a inflacção manteve-se estável e o país cresceu, embora não tanto como a China, a Índia ou a Rússia. É claro, o segundo mandato ainda não acabou e talvez a maior vitória de Lula e do seu Governo, fosse demonstrar aos seus adversários que também na luta contra a corrupção o país melhorou. Isto só pode ser conseguido se o julgamento do mensalão, um julgamento ímpar na história do Brasil, terminar de forma limpa, com processos e decisões claras e transparentes.

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© Gonçalo Coelho