03/07/2007

Proibição de voos da TAAG para UE

Apesar ser daqueles que acha sempre interessante conhecer as opiniões e ler as crónicas de Miguel Sousa Tavares, (acima de tudo porque podemos contar com uma muito saudável frontalidade, com conteúdo e opiniões directas) a verdade é que em relação ao caso dos voos cancelados em Angola tenho uma opinião diferente quanto à consistência do acto de reciprocidade invocado por Angola.

Ao cancelar os voos da TAP para o seu território, Angola age com base na reciprocidade para com a UE e faz sentido que aí se inclua Portugal como país membro porque se foi a UE como um todo quem impôs sanções a Angola, Portugal está incluído nessa matéria como parte integrante desta comunidade de países. Não se pode estar dentro e fora da UE conforme o interesse, afinal Portugal até assume neste momento a presidência.


No entanto, seria bonito Angola assumir a reciprocidade apenas contra 26 países da UE e deixar Portugal de fora. Mostraria relações de facto magníficas e maravilhosas entre os dois países mas não acontecerá. Da mesma forma que não acontecerá Angola penalizar apenas os quatro ou cinco países mais poderosos da UE ou apenas a Bélgica só porque a decisão foi tomada em Bruxelas. A única solução é dialogar com a TAAG e com Angola. Não me parece que isso seja assim tão custoso e é só esse tipo de cuidado e atenção que se impõe, uma negociação inteligente. Estou certo que há gente competente em Bruxelas capaz de tratar disso de forma excelente. Agora, não adianta ser negligente e depois querer negociar - é preciso dar provas. Não se pode brincar com viagens de avião, é preciso dar provas de que as viagens são realmente seguras para os passageiros e, se a TAAG melhorar em matéria de segurança, os próprios Angolanos só terão a agradecer à União Europeia.

2 comentários:

Rafael Ortega disse...

Acho que Angola se precipita ao proibir as companhias europeias de voar para o seu território, pois a atitude da UE não é contra Angola, mas contra uma companhia que considera insegura para voar em espaço europeu. Os três meses de interdição podem de facto, como salieta, beneficiar os passageiros, pois a TAAG vai ter que melhorar as suas condições de segurança.
Gostaria de saber a sua opinião sobre como foi avançado por um jornal se isto não poderá ser mais um episódio da guerra Boeing-Airbus, pois os aparelhos da TAAG são da companhia americana.

Gonçalo Coelho disse...

Caro undercover, julgo ter-lhe respondido com o último artigo publicado. Cumprimentos

© Gonçalo Coelho