04/05/2007

Homem-Aranha 3 - Crítica

"Homem-Aranha 3" (ver trailer abaixo) é um filme que é quase impossível de avaliar pelos cânones habituais de crítica de filmes de cinema. Da mesma forma que não se pode criticar um jogador de ténis por não saber chutar à baliza, também não se pode criticar este Homem-Aranha 3 por não nos oferecer certas características que se avaliam na maioria dos filmes. O ângulo de crítica tem de ser necessariamente diferente.

Este novo filme da sequela Homem-Aranha é melhor ainda do que os dois anteriores, coisa pouco normal nas sequelas. No entanto, o grande valor do filme está concentrado num todo de mistura homogénea entre desempenho dos actores e efeitos especiais de grande impacto visual nas cenas de acção e nos novos vilões com que o herói se depara. O argumento é razoável, embora no fundo seja extremamente comum: a luta entre o bem e o mal. Vem à memória o Darth Vader de Guerra das Estrelas de George Lucas, quando vemos o Homem-Aranha debater-se com o seu próprio lado das trevas mas até esse lado escuro nos leva a momentos muito bem-humorados. O bom-humor é um dos pontos fortes do filme. Quanto à moral da história, se assim lhe podemos chamar, é que todos temos um lado bom e um lado mau, e todos podemos escolher fazer a coisa certa. Isto não é propriamente algo de novo no cinema. Mas o que interessa? Os efeitos especiais são brilhantes, os actores têm um desempenho que nos faz rir com frequência, que nos faz entristecer quando é preciso e, acima de tudo, que nos faz viver a história como se estivessemos lá dentro. Isso é o essencial. São duas horas e meia de bom entretenimento para quem gosta deste tipo de filmes. Não há exploração gratuita de factores como violência ou sexo, muito na senda do que fez também George Lucas na Guerra das Estrelas e o resultado é um filme que todos gostam em todas as idades das crianças aos adultos desde que não se seja uma daquelas pessoas com dificuldade para, de vez em quando, tirar os pés do chão e deixar-se levar pelo magia do máquina de sonhos de Hollywood. Em suma, duas horas e meia bem passadas no cinema.


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© Gonçalo Coelho