Debate sobre a OTA

Após o debate sobre a OTA na SIC Notícias, a necessidade de um novo aeroporto parece ficar perfeitamente inequívoca. Aliás, ficou perfeitamente patente que o constante adiamento da decisão de construir um novo aeroporto acarretou custos adicionais de monta a juntar aos custos da inevitável construção do novo aeroporto. Inevitável, porque Portugal não quer o aeroporto da Portela esgotado sob pena de o país perder a importância de Lisboa como hub internacional, da TAP perder muita da sua força ou começar a mudar rotas para Madrid, de os passageiros começarem a ter uma barafunda de serviço e de passarmos uma péssima imagem a nível mundial. Por último, Portugal tem que ser um país de decisões. Portugal tem que passar a ser um país onde a crítica negativa, o "bota abaixo", os velhos do restelo, a hesitação e a inoperância perante as questões chave para o desenvolvimento do país são vencidas pela capacidade de decisão, pela razoabilidade, pelo optimismo e pela capacidade de assumir responsabilidades. Em Portugal decide-se. Acabaram-se os mais de trinta anos de indecisão sobre algo tão importante como a OTA. Este é o Portugal novo onde a crítica puramente destrutiva com o simples intuito de gerar inoperância tem que ceder lugar às grandes decisões que o país precisa.

Finalmente, também parece claro que a contrução do novo aeroporto na localização de Rio Frio implicaria uma enorme devastação de sobreiros. É bom lembrar que Portugal é o maior país produtor de cortiça do mundo e incontestável líder de mercado, facto do qual todos os portugueses se podem orgulhar. Aqui fica um extracto do DN de 7/11/2005:

"A construção do novo aeroporto na Ota vai implicar o abate de cerca de 5406 sobreiros, valor substancialmente mais baixo do que aquele que seria necessário abater caso Rio Frio tivesse sido o sítio escolhido para a instalação daquela infra-estrutura, revela o estudo final de impacto ambiental realizado pe- la empresa do Novo Aeroporto, NAER, e a que o DN teve acesso.

Se o aeroporto fosse para Rio Frio seria preciso abater entre 54 996 a 84 416 sobreiros, conforme a localização das pistas, revela o estudo da NAER , que resulta de uma série de análises desenvolvidas desde 1999."