21/11/2006

José Veiga, ex-Director Desportivo do Benfica, arguido por burla OU como desaparecem 3,2 milhões de euros?

Deve haver por aí verdadeiros especialistas em fazer desaparecer dinheiro. Para o cidadão comum parece complicado que desapareçam 3,2 milhões de euros sem deixar rasto. Afinal, para a maior parte das pessoas, se desaparecerem 100 euros, gera-se logo um "rebuliço" enorme e uma preocupação terrível. Agora imagine-se perder o rasto a 3,2 milhões de euros. Pois bem, os especialistas desse "sub-mundo" conseguem fazer desaparecer essa quantia de tal forma que, se José Veiga, de facto os meteu ao bolso, estava confiante à saída da audição de ontem a ponto de dizer que levantava o sigilo bancário a todas as suas contas (fosse como fosse, provavelmente a polícia talvez não tivesse de lhe pedir permissão para levantar o sigilo bancário). Uma coisa parece certa, foram pagos 3,2 milhões de euros da transferência de João Pinto que foi transferido do Benfica para o Sporting, sem que o Benfica cobrasse um único euro. O dinheiro saiu dos cofres do Sporting e não foi para João Pinto, segundo ele próprio afirmou. José Veiga afirma que não foi para ele e que é o Sporting quem tem de explicar a quem pagou porque, aliás, ele nem sequer era empresário de João Pinto mas apenas um "amigo" que ajudava João Pinto na sua carreira. Agora, perdeu-se o rasto a 3,2 milhões de euros, desviados sabe-se lá para onde. O Sporting sabe a quem pagou (pode até ter pago a mais do que uma pessoa e até parceladamente). Porque razão será tão complicado revelar o nome dessa(s) pessoa(s)?

Como funciona este circuito de fazer desaparecer dinheiro? Pelos vistos, o dinheiro começa por ir para uma conta no estrangeiro, depois vai para uma offshore, depois para uma outra conta, até que de alguma forma desaparece "misteriosamente". Outro estratagema sobejamente conhecido é passar o dinheiro para uma conta na Suiça que pertence a um sobrinho taxista...

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© Gonçalo Coelho