09/01/2006
PRESIDENCIAIS 2006: A dificuldade da esquerda no contexto económico actual
É indiscutível a dificuldade da esquerda em lutar contra o único candidato da direita nestas presidenciais. Aliás não há memória de uma tão grande dificuldade e de uma tão grande diferença percentual entre o primeiro candidato da esquerda e o candidato da direita. Os políticos e os média têm tendência a fazer-nos pensar que isso se deve mais aos próprios candidatos e aos partidos do que às suas ideologias, porque aliás os partidos e os candidatos pouco as discutem (muitas vezes "camuflados" pelo que dizem que deve ser o papel do presidente da república que é ficar de boca fechada em vários assuntos). Mas será só isso?
No actual contexto económico, qual é o valor primordial? O crescimento económico. Só depois aparecem o desemprego, a competitividade das empresas, e outros que todos conhecemos. Ora, vários países nos demonstram que actualmente o crescimento económico não está directamente ligado ao aumento de empregos. Pelo contrário, não raras vezes o crescimento económico acontece porque as empresas obtiveram mais lucros através do short-sizing, ou seja diminuição do seu número de colaboradores. Recentemente temos assistido, ainda de ano para ano, em Portugal a aumentos salariais manifestamente baixos em relação à inflação o que também favorece as empresas. O que acontece por consequência é que o poder de compra dos portugueses, bem como a sua qualidade de vida diminui. Surge a loucura dos preços baixos e de fraca qualidade. Tudo para que os lucros e a competitividadede das empresas seja forte e por consequência haja crescimento económico. Só que com o desemprego vem maiores gastos do Estado. E o Estado sofre com as suas próprias políticas.
Mas o que vêem os portugueses e os cidadãos do mundo de uma forma geral? Que os últimos contra quem é sensato revoltarem-se são os patrões. Porque para os patrões é simples...despede-se um e contrata-se outro. Aliás o mercado está óptimo para quem contrata (pior para quem procura emprego).
Aí está a dificuldade da ideologia de esquerda que está gasta desde há muito porque o comunismo e o socialismo parecem ter resultado unicamente em mais despedimentos, por haver maiores gastos com o bem-estar social, segurança social, subsídios de desemprego, subsídios de férias, 13os meses, etc. Ou seja, a esquerda não dá mais esperança aos cidadãos do mundo e eles voltam-se à direita desiludidos. O discurso de direita pelo contrtário, cola-se aqueles que têm muito dinheiro, os empresários de sucesso, e outros profissionais de sucesso e parece querer dizer ao povo que o povo tem todas as possibilidades de deixar de ser povo e passar a ser tambem um profissional rico e de sucesso. E isso dá mais esperança actualmente do que a ideologia de esquerda. Por isso actualente em condições normais, a direita vence a esquerda na Europa, salvo qualquer caso de enorme descontentamento com as caras que formam a direita como foi o caso de Santana Lopes.
A grande questão que se coloca é: Será possível reinventar a esquerda e fazer crescer o nível dos salários e a qualidade de vida das pessoas ao mesmo tempo que as empresas se tornam mais competitivas e aumentam os seus lucros?" Pelo menos, na Escandinávia parece que é possível...
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